O tema que esteve em pauta durante o ano de 2014, ainda não deixou de ser uma preocupação para os produtores rurais da região. A Raiva Herbívora, provocada pelo morcego hematófago, também conhecido por vampiro, mantem os criadores em alerta.

De acordo com a supervisora regional da Inspetoria Veterinária e Zootécnica de Bagé,

Anna Suñé, não foi notificado nenhum foco da doença este ano, apenas refúgios com

populações de morcegos. “Depois do surto que tivemos no ano passado, os produtores

vacinaram os animais e não mais tivemos notificações de problemas de raiva na região, no

entanto, alertamos para que continuem vacinando por mais alguns anos”, pede Anna ao

lembrar que, embora a vacinação não seja obrigatória, é fundamental mantê-la, a fim de

evitar um novo surto da doença que causou prejuízos a muitos produtores.

Anna também ressalta que os morcegos hematófagos atacam todo o tipo de animal, não só

bovinos, mas ovinos, equinos, suínos, e cães, e por isso, a vacinação deve ser feita em

todos os animais da propriedade.

Para evitar possíveis casos, a supervisora recomenda que além da vacinação, os

produtores identifiquem refúgios do morcego, como cavernas, taperas, ocos de árvores,

túneis, poços de água sem uso, entre outros, e se encontrados, a Inspetoria Veterinária

deve ser comunicada imediatamente para que seja feita de forma segura e apropriada a

captura dos animais.

Observando os animais - Se na propriedade o produtor tiver algum animal com andar

cambaleante, olhar fixo, mãos abertas, queda do quarto traseiro, desvio frequente da cauda

para o lado, esses podem ser os primeiros sinais de que foi atacado por um morcego

hematófago. O quadro se agrava quando o animal tem dificuldade para engolir, e passa a

salivar excessivamente, há paralisia dos quartos posteriores, prostração, até não conseguir

mais levantar.

A mordedura, quando percebida pelo produtor antes mesmo dos smas característicos,

também pode acusar a presença de morcegos na propriedade. Os hematófagos têm

algumas preferências no corpo dos animais para morder, como no dorso e pescoço, por

exemplo. A mordedura é um pequeno furo, bem semelhante a queimadura de ponta de

cigarro. Por muitas horas, o sangue pode ficar correndo, já que ao morder, o morcego

libera uma substância anticoagulante, que impede a cicatrização.

Ao constatar os smas da doença nos animais ou localizar refúgios, os produtores devem

acionar a Inspetoria Veterinária, por meio do (53) 3240-5360, bem como vacinar e

revacinar o rebanho após 21 dias. A vacina só será eficaz depois de 15 dias da aplicação

da segunda dose. Por isso, é importante respeitar o intervalo de dias entre uma vacina e

outra, a fim de garantir sua eficácia e prevenção.