O Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS), nesta nota técnica, alerta sobre a Leishmaniose Visceral Canina, atualmente diagnosticada no Estado do Rio Grande do Sul. Esta é uma zoonose transmitida para os cães e para o homem pelo mosquito Phlebotomus (mosquito-palha). A doença não é transmitida de um cão infectado para outro sadio, e uma vez doente ele não oferece risco para outros animais e nem mesmo para o ser humano. O contagio não se dá diretamente de um cão para outro ou para o homem e sim somente pela picada do mosquito.

 

O médico veterinário deve coletar sangue para teste sorológico dos animais suspeitos, dos que estão em zonas endêmicas e dos que receberão a vacina preventiva. A Leishmaniose é uma doença grave, de notificação obrigatória ao serviço de vigilância sanitária do município onde houve o caso, conforme a portaria do Ministério da Saúde número 204/16 e Instrução Normativa do Ministério da Agricultura número 50/2013. 

 

Caso o resultado seja positivo, são autorizadas as seguintes alternativas, que devem ser decididas junto com o tutor do animal acometido pela doença.

 

- Eutanásia conforme a resolução número 1000 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), seguindo orientações do Serviço de Vigilância em Saúde no município para orientação deste procedimento e posterior cremação;

 

- Tratamento individual com medicamento de uso veterinário autorizado pelo Ministério da Agricultura, com responsabilidade do tutor e acompanhamento constante do médico veterinário. Ressaltamos que o uso da coleira repelente é obrigatório para os cães tratados. O tratamento com esse medicamento não leva à cura parasitológica e o animal continua sendo portador do protozoário (Leishmania chagasi) mantendo o risco de transmissão. 

 

- A vacina preventiva contra a Leishmaniose segue o seguinte protocolo: teste sorológico prévio e no caso de resultado negativo realiza-se a aplicação de três doses com intervalos de 21 dias entre elas e revacinação anual na data da primeira dose. A vacinação não garante 100% de imunidade, podendo o animal contrair a doença mesmo após ser vacinado.

 

Lembramos também que o uso da coleira repelente dos mosquitos Flebótomos é muito importante na prevenção da Leishmaniose.